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Sáb., Dez.

Prémio Literário AICL
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Miguel d'Abadia Ramos Jubé Junior foi o vencedor unânime do II Prémio Literário AICL Açorianidade 2014 com a sua obra de poesia  Poemas de minimemórias de (pseudónimo) Alceu de Mitilene, a qual foi publicamente divulgada e anunciada no decurso do 22º colóquio da lusofonia que teve lugar em Seia (Serra da Estrela, Portugal) de 25 a 30 de setembro 2014.

 

o seu texto de agradecimento segue aqui:

nota agradecimento: mímesis, práxis, modus

estranhamente, chegou-me há alguns dias a notícia de que receberia o 2º Prémio Literário AICL Açorianidades. digo estranhamente em seu senso ostranenie [estranhamento], de que nos provém elemento/domínio/categoria compositor essencial a se ter numa produção artística. a literatura, o poema em seu enformamento e sua materialidade não podem fugir disso. o estranhamento aqui se torna ponte, limiar estético-axiológico, bem como tantos teóricos da literatura quiseram e perfizeram.

chamo atenção para talvez a causalidade e não a casualidade dos fatos. tenho, em mim, grande confidencialidade poética com Emanuel Félix, açoriano de Angra do Heroísmo. tento, como ele, e recolho nas formas vontades de jeitos de gestos de tempos sem fim. às vezes com forte plasticização, outras, quase beirando uma efusão lírica, surpreendida pela víscera materialista que me guia. no meu português brasileiro, nos meus poemas de minimemórias, conseguiram sentir pela estrutura – ritmo/imagem/discurso – aquilo de além-mar. isso só poderia me fazer como logro, já que nossa pátria não seria a língua portuguesa, mas as línguas portuguesas.

em referências específicas, não poderiam faltar aquelas, primeiramente, aos meus pais – a quem dedico a obra; aos caros, e poucos, amigos mais íntimos, camaradas de fato; à respeitosa comissão julgadora pelo deferimento; ao professor Afonso Teixeira Filho, camarada de literatura e luta contraideológica que se dispôs ao recebimento do prêmio, representando-me nesta Seia, Serra da Estrela; e, claro, àqueles viventes da literatura e, mais ainda, aos não viventes porque não podem: eis nossa resistência.

ficam, pois, meus abraços e mais sinceros agradecimentos a esta casa portuguesa. se casa

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